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Alquimia- A grande Obra
Alquimia- A grande Obra

 

 

A primeira tarefa do discípulo consiste na busca da Matéria-Prima. O seu nome tradicional,Pedra dos Filósofos, nos dá uma idéia bastante clara desta substância, servindo-nos para começar a identificá-la. É realmente uma pedra porque ao ser extraída das minas apresenta as mesmas características exteriores que o resto dos minerais. Esta Pedra dos Filósofos, ou sujeito desta arte, não deve ser confundida com a Pedra Filosofal. Dito sujeito unicamente se converte na Pedra Filosofal quando, após ser transformada e aperfeiçoada pela arte, alcança a sua perfeição final e por conseguinte a propriedade da transformação.

Na literatura alquímica, diz-se que a Matéria-Prima tem um corpo imperfeito, uma alma constante e uma cor penetrante, e que contem um mercúrio claro, transparente e volátil. Esconde no seu coração o ouro dos filósofos e mercúrio dos sábios. Recebeu uma multidão de nomes, mas nunca nenhum alquimista revelou publicamente a sua verdadeira natureza. Uma das maiores dificuldades que apresenta a alquimia, consiste em identificar esta matéria. Nos textos alquímicos quase sempre se omite de forma completamente enganosa.

A Obra é preparada e levada a cabo utilizando esta única substância que, após ser identificada, deve ser obtida. Para isso é essencial viajar até o lugar da mina e obter o sujeito no seu estado bruto. Isto em si já é uma tarefa árdua, e é necessário fazer um horóscopo para determinar qual é o momento mais propício. A Obra deve ser realizada na primavera do hemisfério Norte, sob os signos de Áries, Touro ou Gêmeos (a época mais propícia para começar é a de Áries, cujo o símbolo celeste corresponde, a linguagem esotérica ou crítica, ao nome da Matéria-Prima).

Como preliminar à Obra, o sujeito deve ser purificado, libertado dos detritos. Isto se realiza utilizando umas técnicas bem conhecidas pelos metalúrgicos; diz-se, no entanto, que ditas técnicas requerem muita paciência, e esforço.

Outra operação consiste na preparação do fogo secreto, Ignis Innaturalis, também denominado fogo natural. Os alquimistas definem este fogo secreto ouPrimeiro Agente, como água seca que não molha as mãos e como o fogo que arde sem chamas. Este é um tema que deu origem a incontáveis equívocos e confusões. Pontanus, reconhece ter equivocado neste ponto mais de duzentas vezes. Realmente, essa substância é o sal, preparado a partir de cremor tártaro mediante um processo que requer perícia e um perfeito conhecimento da química. O processo inclui a utilização do orvalho primaveril, que se recolhe de uma forma engenhosa e poética e que a continuação é destilado.

Quando já estão preparados, a Matéria-Prima e o Primeiro Agente da Obra, os preliminares se dão praticamente por finalizados. A Matéria-Prima é introduzida num morteiro de ágata (ou de alguma outra substância de grande dureza), é amassada com o maço, misturado com o fogo secreto e umedecida com orvalho. A mistura resultante é introduzida a continuação num recipiente hermeticamente fechado ou Ovo Filosofal, que se coloca no interior do forno deAtenor, o forno dos Filósofos.

Este Atenor está desenhado de tal forma que o ovo pode se manter a uma temperatura constante durante longos períodos de tempo. O fogo exterior estimula a ação do fogo interior, razão pela qual deve ser controlado; em caso contrário, embora o recipiente não se rompa, todo o trabalho se estragará. Durante essa etapa inicial, o calor do nascimento dos pintinhos tem muitos pontos em comum com o processo alquímico.

Dentro do ovo, os dois princípios contidos na Matéria-Prima - um solar, quente e masculino, conhecido como enxofre, e o outro lunar, frio e feminino, conhecido como mercúrio - atuam um sobre o outro.

Então, estes dois que Avicena chama a cadela Corascene e o cão armênio - escreveNicolas Flamel - estes dois, digo, ao colocá-los juntos no recipiente do sepulcro, se mordem de uma forma cruel e pelo seu forte veneno e terrível ira nunca se soltam a partir do momento em que se agarram (se o frio não o impede) até que os dois, como conseqüência das suas babas venenosas e dos seus ataques mortais, terminam completamente ensangüentados e acabam matando-se e cozinhando-se no seu próprio veneno que, depois da sua morte, os converte em formas naturais e primitivas, para passar depois assumir uma forma nova, mais nobre e melhor. Desta forma, à morte - que é uma separação - lhe segue um longo processo de decadência que dura até que tudo apodrece e os contrários se dissolvem no nigredo líquido. Esta escuridão que supera todas as outras escuridões, este "negrume entre os negrumes" é o primeiro signo inequívoco que se está no bom caminho; daí o aforismo dos alquimistas: "Não há geração sem corrupção".

A etapa de negrume acaba quando a superfície do mercúrio voa pelo ar alquímico dentro do microcosmo do Ovo Filosofal, no ventre do vento, recebendo as influências celestinas e purificadoras de cima. Volta a cair, sublimado, sobre a Nova Terra que finalmente emerge. Ao ir aumentando muito lentamente a intensidade do fogo exterior, as partes secas vão ganhando terreno sobre as úmidas, até que o continente aparecido se coagula e se desseca completamente. Enquanto isto sucede, aparece um incontável número de belas cores que correspondem à etapa conhecida como Causa do Pavão Real.

No final do segundo trabalho, aparece a Brancura, o albedo. Quando se alcança a Brancura, diz-se que o sujeito já tem força suficiente para resistir ao calor do fogo e só tem que dar um passo mais para que o Rei Vermelho ou Enxofre dos Sábios, saia do ventre da sua mãe e irmã, Ísis ou o mercúrio, Rosa Alva, a Rosa Branca.

No terceiro trabalho se recapitulam as operações do primeiro, que adquirem agora um novo significado. Começa com pompa de uma boda real. O Rei se reúne no Fogo do Amor (o sal ou fogo secreto) com a Rainha bendita. Como Cadmo atravessou a serpente com a sua lança, o enxofre vermelho fixa o mercúrio branco; e com esta união se consegue a perfeição final, nascendo a Pedra Filosofal.

Resumindo brevemente:

  • Dentro da Obra existem três pedras ou três trabalhos ou três graus de perfeição.
  • O primeiro trabalho termina quando o sujeito está completamente purificado (mediante sucessivas destilações e solidificações) e reduzindo a uma substância mercúrica pura.
  • O segundo grau da perfeição se alcança quando dito sujeito foi cozido, digerido e fixado, convertido-se no enxofre incombustível.
  • A terceira pedra aparece quando o sujeito foi fermentado, se multiplicou e alcançou a Perfeição Final, sendo uma tintura fixa e permanente: a Pedra Filosofal.

 

Autor Desconhecido

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